MENSAGEM DO PROVINCIAL SOBRE A VIAGEM AO ALTO SOLIMÕES – Publicado em 7 de março de 2014
Após esta viagem, de 11 a 27 de fevereiro, a
delegação da Diocese de Assis-Gualdo-Nocera está ciente de que é impensável e
impossível visitar o Vale do Javarí somente em duas semanas! “Agora entendo
quando você nos dizia que o grupo não deveria superar o numero de 07 pessoas ou
que o tempo era muito pouco para visitar o Javarí…” vários do grupo de Assis
repetiram, ao longo desta viagem!
delegação da Diocese de Assis-Gualdo-Nocera está ciente de que é impensável e
impossível visitar o Vale do Javarí somente em duas semanas! “Agora entendo
quando você nos dizia que o grupo não deveria superar o numero de 07 pessoas ou
que o tempo era muito pouco para visitar o Javarí…” vários do grupo de Assis
repetiram, ao longo desta viagem!
De fato, o Vale do Javarí é tão extenso e
complexo que para ter uma noção suficiente da sua realidade sem arriscar jogar
julgamentos inoportunos, precipitados e infundados precisa no mínimo um ano ou
dois de convivência por estas regiões… parece absurdo e exagerado, mas ao final
é o conselho que há mais de 100 anos os frades capuchinhos doam – quase como
uma perola preciosa – a cada novo missionário que deixa sua terra para seguir o
chamado de Cristo e doar a própria vida para o Reino “entre e com” estes povos
na imensa floresta amazônica… “por um ano simplesmente olhe, escute e nunca
julgue!” e este precioso conselho continua valido, sem dúvida alguma!
complexo que para ter uma noção suficiente da sua realidade sem arriscar jogar
julgamentos inoportunos, precipitados e infundados precisa no mínimo um ano ou
dois de convivência por estas regiões… parece absurdo e exagerado, mas ao final
é o conselho que há mais de 100 anos os frades capuchinhos doam – quase como
uma perola preciosa – a cada novo missionário que deixa sua terra para seguir o
chamado de Cristo e doar a própria vida para o Reino “entre e com” estes povos
na imensa floresta amazônica… “por um ano simplesmente olhe, escute e nunca
julgue!” e este precioso conselho continua valido, sem dúvida alguma!
Pois bem, vamos dar umas breves pinceladas para
tentarmos evidenciar alguns acontecimentos e agradecer a Deus pelo dom desta
viagem!
tentarmos evidenciar alguns acontecimentos e agradecer a Deus pelo dom desta
viagem!
Na primeira semana, muito bem acolhidos pela
fraternidade de Benjamim Constant, o grupo aprendeu a lidar com o clima, a
umidade, a alimentação, a convivência familiar e diária com o rio e com os
meios de transporte fluviais, com os seus riscos, perigos, tempos longos.
fraternidade de Benjamim Constant, o grupo aprendeu a lidar com o clima, a
umidade, a alimentação, a convivência familiar e diária com o rio e com os
meios de transporte fluviais, com os seus riscos, perigos, tempos longos.
Chegando
a Atalaia, o grupo iniciou logo perceber que nesta Diocese a vida pastoral nem
sempre é como na Itália. De fato, a paróquia continua sem presença estável de
sacerdotes. Hoje, graças a Deus, chegaram umas “corajosas” irmãs que assumiram
a administração paroquial! Nesta pequena cidade, a “ultima” do Brasil, vivemos
um dia intenso de encontros, de conscientização e… de decepção!
a Atalaia, o grupo iniciou logo perceber que nesta Diocese a vida pastoral nem
sempre é como na Itália. De fato, a paróquia continua sem presença estável de
sacerdotes. Hoje, graças a Deus, chegaram umas “corajosas” irmãs que assumiram
a administração paroquial! Nesta pequena cidade, a “ultima” do Brasil, vivemos
um dia intenso de encontros, de conscientização e… de decepção!
Caminhando na beira do rio Javarí, no pequeno
porto, encontramos poucos indígenas, de diversas etnias… fomos na FUNAI aonde o
coordenador geral, após uma demorada espera no calor, nos atendeu em seu
escritório, nos introduziu na complexidade do Javari, complexidade e riqueza
que torna esta região, hoje em dia, uma das mais cobiçadas a nível
internacional (uma recente reportagem da revista SCIENCE fala disso…). Com
fotos, informações e testemunhos, o Chefe da FUNAI nos explicou que nesta
reserva indígena vivem 07 etnias contatadas, 07 denominadas “isoladas” e mais
de 10 grupos isolados dos quais há vestígios e estão em fase de pesquisa e
estudo.
porto, encontramos poucos indígenas, de diversas etnias… fomos na FUNAI aonde o
coordenador geral, após uma demorada espera no calor, nos atendeu em seu
escritório, nos introduziu na complexidade do Javari, complexidade e riqueza
que torna esta região, hoje em dia, uma das mais cobiçadas a nível
internacional (uma recente reportagem da revista SCIENCE fala disso…). Com
fotos, informações e testemunhos, o Chefe da FUNAI nos explicou que nesta
reserva indígena vivem 07 etnias contatadas, 07 denominadas “isoladas” e mais
de 10 grupos isolados dos quais há vestígios e estão em fase de pesquisa e
estudo.
Tudo extremamente clareador e assustador pela
complexidade e imensidade de detalhes. E esta foi a palavra final: não podem
entrar na reserva do Javari! A esperança e desejo – que muitos do grupo de
Assis guardavam no coração – de repente caiu: decepção e tristeza! Mas porque
não podemos?
complexidade e imensidade de detalhes. E esta foi a palavra final: não podem
entrar na reserva do Javari! A esperança e desejo – que muitos do grupo de
Assis guardavam no coração – de repente caiu: decepção e tristeza! Mas porque
não podemos?
O chefe da FUNAI, entre diversas motivações,
contou como na semana anterior a nossa chegada estava na base chamada de
“frente de contato”, no encontro do rio Itui e rio Itacoaí, dois indígenas da
etnia Korubo (conhecidos como caceteiros) foram baleados por pescadores ilegais
e criou-se de conseqüência uma situação tensa… portanto, entrar nas três
comunidades Kanamarí no rio Itacoaí – apesar de que os indígenas estavam nos
esperando por lá, preparados pelos nossos missionários do CIMI – seria
imprudente e perigoso. Um pouco decepcionado, o grupo compreendeu!
contou como na semana anterior a nossa chegada estava na base chamada de
“frente de contato”, no encontro do rio Itui e rio Itacoaí, dois indígenas da
etnia Korubo (conhecidos como caceteiros) foram baleados por pescadores ilegais
e criou-se de conseqüência uma situação tensa… portanto, entrar nas três
comunidades Kanamarí no rio Itacoaí – apesar de que os indígenas estavam nos
esperando por lá, preparados pelos nossos missionários do CIMI – seria
imprudente e perigoso. Um pouco decepcionado, o grupo compreendeu!
O
grupo, porém se alegrou em ver como o recurso que a Diocese enviou nos anos
anteriores foi bem investido: foi reformada e ampliada a casa paroquial de
Atalaia e, em seguida, com a chegada das irmãs, foi comprada uma casa em
madeira para os missionários do CIMI, foi comprado o barco Manos Unidas (apesar
de que neste momento esteja em reforma a Manaus), foram compradas duas
baleeiras com motores 90hp e 40hp. Mas, principalmente, foram mantidos os
nossos missionários do CIMI que, divididos em duas equipes, realizaram inúmeras
viagens entre os Marubo e Kanamari… os indígenas estão muito satisfeitos com a
presença fraterna deles (Gilmara, Laurindo, Zefa, Diana, Irmão Nilvo), mas hoje
em dia, seja os Matis seja os Mayoruna estão cobrando também a presença deles,
as suas formações e capacitações.
grupo, porém se alegrou em ver como o recurso que a Diocese enviou nos anos
anteriores foi bem investido: foi reformada e ampliada a casa paroquial de
Atalaia e, em seguida, com a chegada das irmãs, foi comprada uma casa em
madeira para os missionários do CIMI, foi comprado o barco Manos Unidas (apesar
de que neste momento esteja em reforma a Manaus), foram compradas duas
baleeiras com motores 90hp e 40hp. Mas, principalmente, foram mantidos os
nossos missionários do CIMI que, divididos em duas equipes, realizaram inúmeras
viagens entre os Marubo e Kanamari… os indígenas estão muito satisfeitos com a
presença fraterna deles (Gilmara, Laurindo, Zefa, Diana, Irmão Nilvo), mas hoje
em dia, seja os Matis seja os Mayoruna estão cobrando também a presença deles,
as suas formações e capacitações.
Ainda em Atalaia, à tarde, na casa missionária,
aos poucos foram se reunindo umas lideranças, para conversar com o bispo e
grupo de Assis. Comoventes foram dois fatos: enquanto apresentávamos a revista
ASSISI MISSIO sobre o empenho dos jovens umbros em prol dos jovens do javari,
um jovem marubo, pegou a revista e literalmente a abraçou! Os missionários em
março levarão a revista nas aldeias e explicarão como os jovens italianos
trabalharam para o bem deles e recolherão testemunhos dos jovens indígenas,
iniciando um intercâmbio entre jovens.
aos poucos foram se reunindo umas lideranças, para conversar com o bispo e
grupo de Assis. Comoventes foram dois fatos: enquanto apresentávamos a revista
ASSISI MISSIO sobre o empenho dos jovens umbros em prol dos jovens do javari,
um jovem marubo, pegou a revista e literalmente a abraçou! Os missionários em
março levarão a revista nas aldeias e explicarão como os jovens italianos
trabalharam para o bem deles e recolherão testemunhos dos jovens indígenas,
iniciando um intercâmbio entre jovens.
Outro momento comovente foi a palavra do Paulo,
marubo, presidente da UNIVAJA, o qual disse que assim que um grupo de jovens
italianos quiser visitá-los no Javarí, “não haverá FUNAI alguma que possa
impedi-los de entrar pois eles, os indígenas, querem esta visita e encontro!”
marubo, presidente da UNIVAJA, o qual disse que assim que um grupo de jovens
italianos quiser visitá-los no Javarí, “não haverá FUNAI alguma que possa
impedi-los de entrar pois eles, os indígenas, querem esta visita e encontro!”
“Sim, foi a Mão de Deus” que não nos permitiu
entrar agora, para que a estrada se abra para os jovens de forma melhor e mais
participativa!
entrar agora, para que a estrada se abra para os jovens de forma melhor e mais
participativa!
Sinceramente o grupo, pela idade media elevada e
pelo pouco tempo de adaptação, não estava pronto a entrar em área indígena… e
esta “proibição” foi abençoada por Deus, pois lentamente – visitando todas as
paróquias, fraternidades e religiosas presentes no Alto Solimões e fronteiras –
se percebeu que a Mão de Deus queria mesmo levar o bispo de Assis e sua Diocese
a olhar não somente o Javarí, mas toda a Diocese do Alto Solimões! De fato, nós
capuchinhos por mais de 100 anos fomos quase que a única ponte entre Assis e
esta região da Amazônia: hoje esta ponte está se ampliando, pois não são mais
somente os frades, mas sim uma Igreja toda que está abraçando uma igreja irmã,
a do Alto Solimões!
pelo pouco tempo de adaptação, não estava pronto a entrar em área indígena… e
esta “proibição” foi abençoada por Deus, pois lentamente – visitando todas as
paróquias, fraternidades e religiosas presentes no Alto Solimões e fronteiras –
se percebeu que a Mão de Deus queria mesmo levar o bispo de Assis e sua Diocese
a olhar não somente o Javarí, mas toda a Diocese do Alto Solimões! De fato, nós
capuchinhos por mais de 100 anos fomos quase que a única ponte entre Assis e
esta região da Amazônia: hoje esta ponte está se ampliando, pois não são mais
somente os frades, mas sim uma Igreja toda que está abraçando uma igreja irmã,
a do Alto Solimões!
Este encontro, esta ponte que está crescendo
entre duas Igrejas foi tão sentida como Obra da Mão de Deus que, em Tabatinga,
os dois bispos escreveram e enviaram ao papa Francisco uma belíssima carta,
assinada por todos os membros do grupo!
entre duas Igrejas foi tão sentida como Obra da Mão de Deus que, em Tabatinga,
os dois bispos escreveram e enviaram ao papa Francisco uma belíssima carta,
assinada por todos os membros do grupo!
O Provincial, frei Celestino, de sua parte,
surpreendeu a todos pela sua força e energia: apesar de ser “o mais novo do grupo”
– com os seus 74 anos! – revelou uma energia incrível e o seu entusiasmo ia
crescendo a cada fraternidade encontrada! Os seus elogios aos frades foram
constantes! E como bem disse na Assembléia que acabamos de celebrar encontrou
uma Custodia muito transformada desde a sua ultima visita no ano de 2000, uma
custodia muito amadurecida!
surpreendeu a todos pela sua força e energia: apesar de ser “o mais novo do grupo”
– com os seus 74 anos! – revelou uma energia incrível e o seu entusiasmo ia
crescendo a cada fraternidade encontrada! Os seus elogios aos frades foram
constantes! E como bem disse na Assembléia que acabamos de celebrar encontrou
uma Custodia muito transformada desde a sua ultima visita no ano de 2000, uma
custodia muito amadurecida!
Sim, foi a Mao de Deus, pois não entrando no
Javarí podemos visitar todos os irmãos capuchinhos atuantes na DAS e ampliar
esta ponte entre duas Igrejas!
Javarí podemos visitar todos os irmãos capuchinhos atuantes na DAS e ampliar
esta ponte entre duas Igrejas!
Rezemos que a Mão de Deus continue nos
conduzindo!
conduzindo!
Obrigado a cada um e cada uma que tornou esta
viagem um belo encontro fraterno e um real caminhar juntos na alegria e
esperança!
viagem um belo encontro fraterno e um real caminhar juntos na alegria e
esperança!
Frei Paolo Maria
Podem ver mais fotos e noticias desta intensa
viagem no site da Diocese de Assis
http://www.diocesiassisi.it
viagem no site da Diocese de Assis
http://www.diocesiassisi.it